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Seminário de Comunicação Interna reflete sobre engajamento e mudança de postura

Evento mostrou ações de sucesso da Indústria, do Setor de Serviços e das Empresas Públicas, bem como a mudança de postura que aos poucos está ocorrendo na área

O Seminário Mega Brasil de Comunicação Interna que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, com o tema central Os múltiplos horizontes da Comunicação Interna, e teve patrocínio da FSB Comunicação e apoio do Banco do Brasil, reuniu executivos de comunicação que apresentam ações de sucesso da Indústria, do Setor de Serviços e das Empresas Públicas em comunicação interna.

Com auditório praticamente lotado, o evento contou a participação de 15 executivos de comunicação que se revezaram entre os três painéis e uma palestra que compunham a programação. O encontro foi ancorado por Daniel Bruin, coordenador do Curso Master em Comunicação Corporativa do IICS – Instituto Internacional de Ciências Sociais.

O painel de abertura A Comunicação Interna na Indústria teve Silvio Uchima, gerente de Comunicação Interna da General Motors do Brasil, como o encarregado de detalhar a Rede Corporativa Eu também sou GM que é destinado aos vários públicos da montadora – interno, familiares e convidados (prestadores de serviços, fornecedores, jornalistas etc). Essa “rede social”, além de divulgar ações da empresa, principalmente as sustentáveis, agrega os famosos Clube de Carros (Opala, Chevette, Veraneio, entre outros), as revistas interna e externa, e as ações do clube social da GM, criando um grande “buzz” de relacionamento. “Momentos mágicos na vida dos funcionários são apresentados para toda a comunidade GM diariamente”. O executivo também ressaltou a importância da Intrenet da empresa na contribuição da integração dos stakeholders e construção e solidificação da marca.

Já Sandro Rego, gerente de Comunicação do Grupo Boticário, apresentou a Campanha de Marca Corporativa iniciada em 2012. A consolidação do posicionamento de comunicação “Beleza é o que a gente faz” teve como estratégia reforçar os atributos da marca e fortalecer a imagem da organização. “Os colaboradores tornaram-se embaixadores da marca corporativa e, com ações de comunicação e engajamento, fortaleceu a sensação de pertencer à empresa”. O projeto teve várias fases – energizar, reconhecer e pertencer – que reafirmou o sentimento e a admiração por fazer parte do Grupo: “Beleza é o que a gente faz há três anos. E com o seu trabalho...”.

A gerente de Comunicação Corporativa Syngenta Ana Paula Cruz detalhou em sua exposição como um exercício de engajamento de colaboradores está sendo sustentado por um plano de longo prazo de comunicação interna. O The Good Growth Plan, um plano de 7 anos no qual a companhia desenhou 6 compromissos que visam fomentar a segurança alimentar mundial, é um plano mundial que tem como proposta levar a sociedade a pensar como agricultor.

Segundo a executiva, a Comunicação Interna da Syngenta deixou de ser coadjuvante para ser o ator principal. “Preencher o gap de Comunicação para o público urbano possa entender”.

Já o segundo painel Comunicação Interna no Setor de Serviços, contou com a apresentação de Luciana Pinto Coelho Alde, gerente de Comunicação Interna do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que iniciou sua fala apontando a necessidade em fazer gestão administrativa em todas os processos de comunicação. O GPA implantou a ação “Presença de Valor” que percorre todas as áreas de negócio. “Como nosso negócio é dinâmico e descentralizado, o nosso ponto focal de comunicação é o gestor, a liderança de cada loja. São eles que passam as informações aos funcionários”. A executiva ressaltou a importância de ter uma relação aberta e se comunicar “com carinho” com os funcionários. “O GPA é feito de gente que realiza!”.

Rafael Oliveira, gerente de Comunicação Corporativa da Unimed Rio, iniciou sua apresentação com uma provocação: “Comunicação Corporativa não é só Jornalismo Corporativo... Temos que entender a visão do colaborador e a partir dela desenvolver um plano de ação”. O executivo ressaltou a necessidade de se derrubar paredes e aproximar as fronteiras dos ambientes interno e externo. “Para desenvolvermos comunicação interna hoje, precisamos de um mix de produtos off -line e digital. A informação tem que ser rápida: os 140 caracteres e pequenos vídeos funcionam e agilizam a disseminar o recado. Não que o texto tradicional deve ser alterado, mas usado na medida exata e quando necessário”.
 
A Previ dialoga com todos os seus públicos por meio de gestão colegiada, relata Roberto Sabáto, gerente executivo de Comunicação e Marketing. “Valorizamos os programas internos e procuramos divulgar as ações com depoimentos dos funcionários, o que possibilita ampliar e otimizar a Comunicação Interna. Fazemos com que os funcionários reconheçam”.

“O que inspira você”, esse foi o mote da apresentação de Fernanda Abreu, diretora de Desenvolvimento da TIM. O programa Inspire-se, implantado pela área de Desenvolvimento com forte atuação da Comunicação Interna da TIM, é um “guarda-chuva” que reúne ações de reconhecimento não financeiro em um programa de valorização dos colaboradores da empresa que vão além, que eliminam fronteiras e que contribuem para fortalecer a cultura da organização. “O programa tem como foco homenagear aqueles que representam e personificam a marca TIM por meio de suas atitudes. Queremos possibilitar que cada colaborador possa inspirar e/ou inspirar-se por outros através de suas ações, comportamentos e valores, além da dedicação aos nossos ideais”, destaca Fernanda prosseguindo: “Inspiração é tudo aquilo que funciona...”.

Com o Inspire-se, a empresa destaca as realizações passadas, mas imediatamente inspira-os para novas realizações, que reconheçam valores, competências e comportamentos que fortaleçam a cultura organizacional, permitindo que eles sejam reconhecidos e reconheçam numa lógica peer-to-peer. “O programa é uma oportunidade para o colaborador expor suas conquistas, mostrar seu trabalho e elogiar seus colegas”, enfatiza Fernanda.

O terceiro painel Comunicação Interna nas Empresas Públicas mostrou com as empresas públicas vem direcionamento suas ações. Alexandre Souza Martins, Chefe de Departamento de Relações Institucionais dos Correios, abriu os trabalhos da tarde. O executivo explanou sobre os projetos em andamento e a mudança da marca da empresa. “A Comunicação Interna dos Correios tem o grande desafio diário de levar informações corporativas a todos os empregados da empresa lotados nas centenas de unidades operacionais e administrativas localizadas em todos os cantos do País, bem como aos seus franqueados”, comenta Martins.

A preocupação do Correios está no desenvolvimento de soluções eletrônicas para logística e comunicação. O Projeto Mobilidades Correios, que vem sendo introduzido nos principais centros do País, visa agilizar entregas e ser uma ferramenta para ações da comunicação. Também deve entrar em operação até o fim do ano, o Canal de Comunicação que agregará todas as campanhas e produtos de comunicação corporativa. TV e Rádio Correios também estão entre as ferramentas para divulgação oficiais, serviços, eventos e notícias.

A experiência da Embrapa foi apresentada pela chefe da Secretaria de Comunicação Gilceana Galerani. A executiva ressaltou que a empresa de pesquisa não terceiriza a sua produção de comunicação: texto, criação, impressão, vídeo etc. Com equipe enxuta, consegue desenvolver uma comunicação em rede que atende as expectativas de um público interno tão diverso em idade, tempo de casa, formação, localização, cultura e saberes. O principal disseminador de informação da Embrapa é o Todos.com, uma newsletter que destaca os principais acontecimentos e o dia a dia da empresa. O produto é ligado diretamente a Intranet.

Também uma TV Corporativa é utilizada com ferramenta, além de manter o registro histórico da empresa. Dois produtos bem conhecidos do mercado ainda são usuais: o mural e o jornal impresso (Folha Embrapa). Gilceana explica que tanto um quanto o outro atendem o público do campo, mais de 2.500 funcionários, como os familiares de funcionários. A Folha Embrapa tem mais de 30 anos e é encaminhada mensalmente para a residência dos funcionários. “Em pesquisa recente realizada com todos os colaboradores, o veículo recebeu mais de 85% dos votos para sua continuação com o formato impresso. Isto é a continuação da sua história e a preservação do conteúdo mais elaborado”. A prioridade da empresa está no Projeto Agropensa que é um sistema de inteligência estratégica, com proposta de pensar o futuro e derivar um plano diretor, bem como em aumentar as habilidades gerenciais de Comunicação dos gestores.

Renato Albuquerque, gerente de Pesquisa e Comunicação Interna da Infraero, abriu sua participação enfatizando que a empresa tem como base a valorização dos colaboradores. A Infraero vem desenvolvendo um plano de divulgação interna e treinamento forte, direcionado aos grandes eventos. A campanha “Transmita seu sorriso. Ele viaja o Brasil e o Mundo”, é alicerçada pela Comunicação Interna.

“Ter sociedade e clientes satisfeitos é o objetivo da Infraero. A Comunicação Interna norteia todo seu trabalho nesse direcionamento, promovendo ações de engajamento para a melhoria do atendimento, buscando proporcionar uma experiência positiva de viagem aos nossos clientes”, enfatiza Albuquerque. O Sem Escalas – jornal eletrônico em formato de blog – vem sendo o principal condutor de engajamento entre os funcionários. Diariamente, os funcionários geram 30 matérias de assuntos diversos, divulgando o que acontece no dia a dia em todas as áreas e nos diferentes aeroportos do Brasil. Para se ter uma ideia, no período da Copa do Mundo foram mais de 300 postagens sobre o esporte e seus acontecimentos.

O desafio da comunicação interna na Eletrobras Eletronorte foi detalhado por Isabel Cristina Moraes Ferreira, coordenadora de Comunicação Empresarial. Num cenário de profundas mudanças e desafios para o setor elétrico brasileiro - onde a participação das empresas estatais é cada vez mais pautada pelas parcerias com a iniciativa privada - o desafio de promover e resgatar o sentimento de ‘pertencer’ é cada vez mais cotidiano. “A Eletronorte tem um paixão enorme por gente. Ela desafia o sentimento de pertencer e a diversidade regional e cultural”, ressalta Isabel.
 
Esse processo necessita de ainda mais ferramentas quando a realidade da empresa inclui uma sede em Brasília, unidades regionais em nove estados da Amazônia Legal e, mais recentemente, em São Paulo, e a perda da identidade – processo de transformação com a marca Eletrobras, em 2010, deixaram os funcionários carentes de amor e identificação pela empresa que trabalham.,

É nesse contexto que o Projeto Integrar aposta na interatividade, na valorização do discurso das equipes e na pluralidade de ferramentas para pluralização do acesso.

Rádio Corporativa (Rádio Energia), Revista Corrente Contínua, possibilitam uma propagação da informação de forma vertical e com resultados significativos.

O Seminário Mega Brasil de Comunicação Interna teve seu fecham,ento com chave de ouro, com o debate Comunicação Interna sem Fronteiras, título da obra lançada recentemente pelos professores Bruno Carramenha e Viviane Mansi.

O debate começou com uma indagação: Existe fronteira para a comunicação interna?

Bruno Carramenha, gerente de Comunicação da Unilever e professor da Fundação Casper Líbero e da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, ressalta que o funcionário sempre foi e será um cidadão do mundo. São vários os questionamentos e reflexões sobre a Comunicação Interna: novas gerações, novas tecnologias e novas formas de trabalho. “O empregado no dia a dia hoje procura valor dentro das organizações, trabalho pontilíneo e cultura”, atesta Carramenha.

As informações e a flexibilidade dentro das organizações rompe barreira profissional, de lazer e social. “Ninguém se engaja por qualquer coisa e em si, naquilo que inspira, move e lhes parece significativo. O engajamento é em “grupo” e caminha a partir do discurso, alinhado com os negócios, ressonando pela liderança e refornaçando os canais de comunicação”.

Viviane Mansi, gerente de Comunicação e Public Affairs da GE Brasil e professora da Casper Líbero e da Fundação Don Cabral, segue a linha de raciocínio de Carramenha: não dá para fazer comunicação sem o papel e comprometimento do gestor. "O gestor não está preparado e não se sente confortável em receber ‘ordens’ sobre comunicação. O melhor dos mundos é o equilíbrio”, enfatiza Viviane, prosseguindo: "o líder tem que ter olhar sistêmico de comunicação interna. E desenvolvimento de pessoas é de responsabilidade de Recursos Humanos, não da Comunicação".

Segundo Viviane o comunicador tem que se adaptar a essa realidade. Ele também deve entender da políticas e da cultura da organização. “Temos que trabalhar conteúdo. É ele que engaja o funcionário... Veículos são plano de contingência para garantir alinhamento transparência e memória”, conclui.
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